17 de fev. de 2012

Alunos protestam contra escola que barrou menina de cabelo azul em MG

Alunos do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) organizaram na tarde desta quinta-feira (16) um protesto na porta do colégio que impediu uma estudante de frequentar aulas na escola por ter pintado o cabelo de azul. O G1 foi até a escola tentar falar com o diretor ou algum responsável, mas na portaria do local a informação que prevaleceu é de que ninguém irá se manifestar sobre o assunto.

O caso ganhou repercussão nas redes sociais depois de um desabafo da adolescente e do pai dela na internet. O manifesto recebeu apoio de várias partes do país. A adolescente de 16 anos foi impedida de assistir aula em Uberaba depois de pintar o cabelo de azul. A garota mudou a cor durante as férias e, na última segunda-feira (13), foi advertida pela direção da escola. Dois dias depois ela foi impedida de assistir aula. Nenhum representante do colégio quis falar sobre o assunto. A escola existe há 58 anos e conta com mais de três mil alunos.

Durante o manifesto os estudantes seguraram faixas com frases de protesto, eles também usaram adesivos tampando a boca simbolizando uma mordaça. Segundo a organizadora do movimento, a universitária do curso de Serviço Social da UFTM, Verônica Sousa Furtado, "o objetivo foi chamar a atenção para o preconceito dentro da escola e tentar mudar a mentalidade das pessoas".

Adolescente pintou o cabelo de azul e foi barrada em escola (Foto: Divulgação)
Adolescente pintou o cabelo de azul e foi barrada
em escola (Foto:Arquivo pessoal)

“O que o cabelo muda na vida de uma pessoa? A gente começou de manhã a se organizar para essa manifestação. Acreditamos que esse protesto pode pelo menos mudar a cabeça de um pouquinho de gente. Nas redes sociais, vimos que todos estão nervosos em relação ao assunto, mas ninguém tem coragem de fazer nada. Então a gente resolveu fazer esse protesto”, afirmou.

No momento do protesto os alunos do colégio não estavam participando da manifestação, segundo Verônica muitos estavam com medo de serem repreendidos.

“Os alunos do colégio falaram para nós que não iam falar nada com medo de serem expulsos. Isso está pior do que uma escola militar. Que isso, que liberdade é essa? O que adianta uma escola colorida com uma alma negra igual eles têm? Tudo bem que escolas têm regras e tudo, mas não está no contrato, não está em lugar nenhum falando o que pode e o que não pode”, finalizou.

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