Em agosto de 2010, o Ministério Público Federal (MPF) ingressou com uma ação civil pública pedindo o afastamento imediato e a perda dos cargos e aposentadorias dos delegados David dos Santos Araújo, Aparecido Laertes Calandra e Dirceu Gravina, os dois primeiros aposentados e o terceiro ainda na ativa. Os três delegados da polícia civil paulista foram responsabilizados pelos crimes de tortura, abuso sexual, desaparecimento forçados e homicídios.
Na ação movida pelo MPF, “Capitão Lisboa” é acusado de torturar física e psicológicamente o atual presidente do Conselho Estadual de Defesa da Pessoa, Ivan Seixas, preso aos 16 anos junto com o pai, Joaquim Alencar de Seixas (dirigente do Movimento Revolucionário Tiradentes), torturado e morto pela equipe do Doi-Codi. Depois das prisões, a casa da família Seixas foi saqueada. A mãe e filhas testemunharam as torturas a que pai e filho foram submetidos. Uma das irmãs de Ivan relatou ao MPF ter sido abusada sexualmente por Araújo.
O MPF considera que os crimes cometidos são imprescritíveis por se tratarem de crime de lesa humanidade.
Artur Machado Scavone, preso e torturado entre os anos de 1972 a 1977, foi recebido no Doi-Codi pela equipe do “Capitão Lisboa”. Em frente à empresa do torturador, Scavone lembra que o propósito da justiça não é a vingança. Para ele é importante o Brasil acertar suas contas com o passado e colocar a história a limpo. “Eu acho importante a verdade existir. Não se trata de revanche, mas é preciso que a sociedade saiba o que aconteceu e que condene. Se não os generais de pijama vão achar que perseguição, prisão e tortura foi o caminho correto”.
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