6 de mar. de 2012

Após greves, operários da Copa exigem piso salarial unificado e ingressos para os jogos

Sindicatos, federações e confederações sindicais da construção, incluindo organizações que representam os trabalhadores das cidades-sede da Copa, irão se reunir na próxima terça- feira em Brasília, com objetivo de entregar a Pauta Nacional Unificada para a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e ministérios do governo. Entre outras reivindicações está a criação de um piso salarial unificado para todos os operários que estao envolvidos com projetos do Mundial.

O QUE QUEREM OS OPERÁRIOS DA COPA

Piso salarial unificado no país Para todas as obras, piso de R$ 968 mais crescimento real do setor da construção para os não qualificados (ajudante e servente). Para os qualificados, acréscimo de 30% sobre este piso
Plano de Saúde Para todos os trabalhadores das obras e extensivo aos familiares
Cesta Básica De R$ 300, paga por meio de cartão-alimentação
PLR* No valor de dois salários
Folga familiar De cinco dias a cada 60, a começar em uma segunda-feira e somando-se às folgas de sábado e domingo, para o trabalhador voltar à sua cidade de origem e ver a família
Hora extra De 80% em dias de semana, 100% aos sábados e 150% aos domingos e feriados
Ingressos para os jogos da Copa Reivindicação que será levada à Fifa. Pelo menos um ingresso para cada trabalhador dos estádios
  • * Participação nos Lucros e Resultados
  • Fonte: sindicatos das obras da Copa

Além da unificação do piso salarial, os trabalhadores também querem um aumento do valor de pagamento de horas-extras e de benefícios sociais aos trabalhadores do setor da construção no Brasil. Com ela os sindicatos já promovem suas negociações de forma regional e agora se organizam para ações nacionais articuladas.

Neste mesmo dia 6 de março, organizações de todo o país, entre elas sindicatos das cidades-sede da Copa estarão se mobilizando e promovendo atividades em suas regiões para divulgar e apoiar o encontro de Brasília para a entrega da pauta nacional unificada.

A Campanha por Trabalho Decente na Copa do Mundo no Brasil faz parte de uma estratégia já desenvolvida junto aos sindicatos do setor da construção sul-africanos e implicou em 26 mobilizações no período que antecedeu os jogos de 2010 na África do Sul, entre elas uma greve nacional. Por aqui, um movimento paradista que ganhe a adesão de todos os estádios da Copa não é descartado, acaso as negociações sobre a pauta que será apresentada nesta terça não evoluam.

A pauta unificada tem como origem a "Declaração de São Paulo", que foi apresentada ao conjunto da sociedade após a reunião realizada pelos sindicatos que participam da Campanha por Trabalho Decente Antes e Depois de 2014, articulada pela Federação Internacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM).

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