16 de dez. de 2009
2 de out. de 2009
Saúde vendida em SP
Trabalhadores da saúde realizarăo ato público na Avenida Paulista sexta-feira, 2/10, denunciando o Governo do Estado pela aprovaçăo do projeto que amplia a terceirizaçăo da saúde pública no estado de Săo Paulo.
O protesto está marcado para começar ŕs 10 horas na esquina da Avenida Paulista com a Rua Bela Cintra e caminhada pelas calçadas da avenida até o prédio da TV Gazeta.
Os manifestantes, caracterizados, como acidentados, grávidas e profissionais de saúde, carregando cartazes e faixas, encenarăo o sepultamento do SUS pelo Governador do Estado e os 55 deputados da base governista que aprovaram a Lei Complementar nş 1.095/09 que amplia a terceirizaçăo da saúde em Săo Paulo.
A caminhada será silenciosa, acompanhada por uma música fúnebre. No encerramento, serăo soltos balőes com o apelo Salve o SUS.
MAIORES INFORMAÇŐES:
Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de Săo Paulo
Rua Cardeal Arcoverde, 119 Pinheiros
05407-000 Săo Paulo/SP
Fone: (11) 3083-6100
www.sindsaudesp.org.br
22 de set. de 2009
18 de set. de 2009
3 de set. de 2009
APOIO PÚBLICO recebido pelo CEDECA Interlagos
Conselho Federal de Psicologia - CFP,
Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente -CONANDA,
Fórum Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente,
Luciano Araújo - Conselheiro Tutelar de Santana
ONG Comunidade Cidadã,
Agência de Cooperação Social Farol,
Célio Turino – Secretário Nacional de Cultura e Cidadania - MINC,
Cecup – Centro de Educação e Cultura Popular
Fórum Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente da Bahia,
Blog Infância Urgente de Givanildo Manoel,
CEDECA Bento Rubião
CEDECA Ceará
CEDECA Bahia
CEDECA Emaús – Belém do Pará
Fundação de Direitos Humanos Projeto Legal – RJ
Fórum Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente
CEDECA Rio de Janeiro
Curso Adolescência e Juventude na Contemporaneidade do Instituto Sedes Sapientiae;
Defensoria Pública do Estado de São Paulo;
Mestrado Profissional Adolescente em Conflito com a Lei da UNIBAN;
Núcleo de Pesquisa Violências: Sujeito e Política do Programa de Estudos Pós- Graduados em Psicologia Social da PUC-SP
ILANUD Brasil
Instituto Pólis,
Câmara Municipal de Fortaleza,
Alessandro de Oliveira Campos -Psicólogo e supervisor da Clínica de Psicologia Aplicada da Universidade Paulista Campus São José dos Campos,
Museu da Pessoa pelo "Um Milhão de Histórias de Jovens",
Fundação CASA/SP,
Ação dos Cristãos para Abolição da Tortura (ACAT-BRASIL),
LASAMEC – Laboratório de Saúde Mental Coletiva da Infância e Adolescência da Faculdade de Saúde Pública da USP
Ítalo Cardoso, Vereador de São Paulo
Membros da rede DNI – Defensa de Niños Internacional
E outras diversas pessoas que individualmente reconhecem o trabalho do CEDECA Interlagos
2 de set. de 2009
Pronunciamento da Prefeitura de SP sobre o CEDECA Interlagos
O serviço que o CEDECA está prestando a ele é uma oferta que todos os CEDECA´s espalhados pelo Brasil prestam a crianças, adolescentes e jovens de famílias que não tem condições de custear a sua própria defesa, direito previsto na Constituição Federal.
Secretaria Municipal de Assistência Social
imprensasmads@prefeitura.sp.gov.br
NOTA PÚBLICA DE APOIO AO CEDECA INTERLAGOS
1. A tragédia do assassinato de qualquer ser humano não pode ser tolerada e deve ser responsabilizada dentro dos paradigmas do Estado democrático de direito. Esta é a razão de existência das organizações de direitos humanos e das instituições públicas;
2. Uma sociedade é tão mais democrática quanto mais respeita o devido processo legal, o direito de defesa e o exercício do contraditório, princípios basilares do Direito. Não toleraremos que, no mês em que se completam 30 anos da Lei de Anistia, que marca a passagem da ditadura para a redemocratização, vozes conservadoras e autoritárias venham confundir a opinião pública e retroceder nos avanços dos últimos 20 anos;
3. Lamentavelmente, propostas de recrudescimento penal, patologização dos conflitos e higiene social voltam ao público, atingindo, sobretudo, as classes subalternizadas, os mais jovens, os negros, os moradores das periferias urbanas e todos os demais que a injustiça social historicamente excluiu neste País. Tais propostas inevitavelmente resultam em mais conflito e mais violência;
4. Nossa solidariedade com a dor das vítimas de quaisquer violências não pode se transformar em vingança nem legitima a destituição dos direitos. O desejo de vingança e a negação de direitos fundamentais não são o caminho para ampliar e assegurar a reparação de vítimas de violência, a justiça e da dignidade da pessoa humana. Tão mais vingativa for a sociedade, tão mais violenta será a realidade.
5. Vivemos atualmente um processo de criminalização dos defensores do Direito. Cotidianamente, meios de comunicação de massa, aproveitando-se da dor e da tragédia para aumentar seus lucros e audiência, e ampliar o ódio e a violência, desrespeitando a Constituição Federal, os direitos fundamentais e o interesse público;
6. Colocar a sociedade contra os direitos humanos ou contra as organizações que lutam bravamente para fazer do Brasil uma sociedade justa, igualitária e democrática é um ato irresponsável e deve ser repudiado. O caminho para a liberdade e para a democracia é o aprofundamento e a ampliação do exercício dos direitos. Não se promove a liberdade restringindo liberdade;
7. Entendemos que setores da mídia cumpririam seu papel público se, ao invés de buscar a espetacularização da violência e a criminalização dos defensores de direitos humanos, contribuíssem para a efetivação das garantias legais, permitindo efetivo controle social sobre as deficiências do Estado na socioeducação de adolescentes em conflito com a lei;
8. Nos solidarizamos com o CEDECA Interlagos e sua equipe de profissionais. Sua trajetória histórica e sua ação pública o credenciaram como uma das mais respeitadas organizações de direitos humanos no cenário nacional. A defesa técnica que promovem está de acordo com os paradigmas de direitos humanos, da Constituição Federal e dos princípios republicanos. Defender aqueles que são acusados de violar direitos é elemento imprescindível da democracia e condição para que a responsabilização seja, de fato, um caminho para uma sociedade que respeite os direitos humanos. Estar contra esta visão é se colocar contra o Direito.
Conselho Federal de Psicologia (CFP)
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda)
Associação Nacional dos Centros de Defesa (ANCED)
31 de ago. de 2009
29 de ago. de 2009
CEDECA Interlagos - Nota Pública
Vimos, por meio desta, manifestar-nos publicamente acerca das reportagens veiculadas em órgão de imprensa nos dias 26 e 27 de agosto. As reportagens acusam este Centro de Defesa de utilizar de recursos públicos para defender o jovem apelidado por Champinha.
Tal acusação é improcedente. Apresentamos mensalmente de modo bastante transparente e assertivo a destinação dos recursos conveniados aos órgãos competentes, utilizados apenas para as atividades finalísticas planejadas nos projetos de convênio com as instituições governamentais. Ressaltamos que nenhuma atividade de defesa processual é financiada por recursos públicos governamentais.
Especificamente sobre o teor das matérias veiculadas pela emissora, durante os mais de três anos em que o jovem esteve internado na FEBEM/Fundação CASA, sua defesa foi realizada pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Quando do surgimento do processo de internação hospitalar – pelo qual responde atualmente – a Defensoria Pública entrou em contato com o CEDECA Interlagos solicitando que assumíssemos a defesa, o que foi prontamente atendido. A defesa do jovem referido nas reportagens foi iniciada, pelo CEDECA Interlagos, quando ele ainda possuía menos de 21 anos de idade, especialmente em razão de sua trajetória no sistema sócio-educativo.
Diante disso, o CEDECA Interlagos nega, com veemência, quaisquer alegações contrárias as informações acima fornecidas. Há dez anos reconhecidamente lutamos pela garantia de direitos humanos para todos e compreendemos que também é nosso papel garantir o acesso a justiça de todos os seres humanos, especialmente crianças e adolescentes.
À disposição para outros esclarecimentos.
CEDECA Interlagos
23 de mai. de 2009
memorial
do ribeiro, o que já era: pedra.
do cafezal, o que plantou: dinheiro.
da casa de esteio preto e parede branca: retrato.
do moinho de milho: os fantasmas.
mas, não morreu. restou lembrança.
tudo junto: laranjeiras, as quatro Romas, belos horizontes,tamanduateís e anhagabaús.
(Liliane M. A. Silva)
do quê
palavras lindas, puras, finamente entrelaçadas, corretamente pontuadas.
vou escrever um dia.
linhas puro-sangue.
alazão.
sem chances para o azarão.
vou escrever um dia.
iluminismos revestidos de barroquinas palavras.
dourados ortodoxos, lírios diáfanos, páginas chinesas.
vou escrever um dia.
virar poeta, ser sacerdotisa, escriba do que não sei.
vou me deter um dia,e esperar a inspiração.
vou me deitar um dia, me desmanchar em ilusão.
vou escrever um dia.
palavras ocas, roucas. todas de toucas, de tocaia.
linhas violáceas se dissolvendo em plúmbeo céu.
vou escrever por um dia
fazer chover três, dormir dez, comer vinte, ler tudo, morrer zero.
vou escrever.
um dia.
(Liliane M. A. Silva)
primícias de uma poeta
çlkjh
qwert
poiuy
em cima os dedos não alcançavam
em baixo se embaralhavam.
pensou: falta disciplina.
sem saber, sentia:
já preferia as mil vãs filosofias.
(Liliane M. A. Silva)
bobagem
ponto ponto meia
meia ponta
ponta e meia
meio meia
meio ponto
ponta e meia
meio pronta
meia ponta
pronto meia pronta
pronto ponto meia
a meia aponta
o ponto pronto
(Liliane M. A. Silva)
destelhamento
chão sem beiras
azul esmaecido
zumbido fora
tambor na alma
baque final.
(Liliane M. A. Silva)
16 de mai. de 2009
só
não pendurei a roupa
só varri o quintal
tomei vinho
fiz pão.
quis perguntar se isto é poesia.
mas, é só a vida.
(Liliane M. A. Silva)
c'est la vie
nem fazer pão
nem pensar
nem lavar vasilhas
nem feijoada
quem sabe, Deus?
(Liliane M. A. Silva)
ao pó voltarás
cds
vinho
remédios
óculos para dias de (muito) sol
prestobarba para belas pernas
se poesia
se caos
se não
se sim
no Real, não faz diferença.
(Liliane M. A. Silva)
canoas
zeca baleiro
kleiton e kledir
de quantos cantores é?
pão de abóbora
feijoada
queijos todos
de quantos comeres é?
vinho tinto seco
suco de cupuaçu
água fresquinha
de quantos beberes é?
camisola negra
camiseta velha
vestidos longos mil
de quantos vestires é?
pai, mãe, irmãos, sobrinho
amigos
JR
de quantos amores é?
chuva
dia frio
verão na beira do mar
de quantos ventos é?
Emmanuel
Manuel de Barros
Cecília Meireles
de quantos escritos é?
de quantos paus se faz?
(Liliane M. A. Silva)
15 de mai. de 2009
ESCCA
“Estou com muito medo do que vai ser agora,
estou no abrigo desde
que meu pai foi preso por mexer comigo,
Eu tinha 13 anos.
Minha mãe morreu doente,
fiquei sozinha com meus irmãos e meu pai,
não era bom,
meu pai não é bom comigo,
Entendi que não é culpa minha ele estar preso.
Desde que eu brincava de não podia falar,
mas meu pai gostava de brincar de boneca comigo,
ele era legal,
brincava horas enquanto minha mãe trabalhava,
mas agente nunca podia
contar pra ela o que a boneca fazia.
Me sentia mentindo pra minha mãe,
queria que ela brincasse também,
meu pai não deixava.
Meu pai gostava de mim...
Um dia a noite depois de todo mundo dormir
ele queria brincar comigo,
mas eu não queria mais,
a boneca estava chata,
pedi para não brincarmos,
eu estava com sono,
foi quando minha mãe abriu a porta e
meu pai bateu nela.
Ela não falou comigo, me senti mal,
mas ela não falou mais com ninguém em casa,
tive que vir pra cá e ela morreu.
Sinto falta e queria pedir desculpas a ela.
To com medo de sair daqui,
não quero casar, nem ter filhos,
vou ser sozinha agora,
não quero ninguém cuidando de mim,
não vou casar, não vou ter filhos,
não sei o que vou ser.”
(Fragmento ficcional a partir da experiência dos Educadores do
CEDECA Interlagos)
Indiferença. Omissão. Medo:
é o que fazem crianças contarem esta história. Histórias como estas acontecem todos os dias.
O que podemos fazer?
O que você pode fazer?
14 de mai. de 2009
10 de mai. de 2009
Pequenas Mãos
(Adriana Oliveira)
Pequenas mãos são feitas de sonho e temor
Mãos pequeninas são para pequenos acenos
Para chuva de criança
Feita com tilintar de dedos
Nas mãos pequeninas cabem compaixão e medo
Se unem as pequenas mãos
Numa prece miúda
A pedir que o mundo não machuque
Não machuque ninguém
Breve tormenta, constante garoa
Qual a maior resistência?
Mãos pequeninas sobrevivem a ferimentos
Constroem, destroem
Outrora, foram as mãos dos
Meninos a modelar bocas de fuzis
Dedinhos inocentes e preciosos.
As mãos dos pequenos seguraram a dor da guerra.
Mãos pequenas podem produzir fogo ou artefatos delicados.
Mãos como as do cantor Victor Jará eram diminutas estendidas no chão,
Diante à desumanidade de calá-las
Essas pequenas mãos cantaram e cantam o provo até hoje.
Mãos pequenas seguram a história
Parecem ter sempre amarrada ao dedo mínimo uma rabiola de esperança.
Pequena música
Pequeno aceno
Pequeno movimento
Mistura-se na imensidão da totalidade
Janela aberta pequenina
A permitir entrar somente o pásssaro
Do canto mais profundo do mundo
Sangüíneas
Perduráveis
Mãos pequenas quebram-se fácil
Têm surpreendente recuperação
Pequenas mãos medem pouco
Por vezes calculam menos
Enroscam-se em fios
A encontrar mãos enormes
Carregam fardos
De outra, não suportam o peso da bandeira
Mas tem medidas precisas para agarrar a haste
São delicadas para costurar cores
Desperta e ágil a tingir o vermelho
Palmas pequeninas na canção da multidão
Ligeiras e providenciais no tumulto
Mãos pequeninas apertam mãos ásperas
como quem entende a história do mundo
Escrevem, porque a caneta cabe perfeito
Pequenas mãos colorem delicados detalhes
e propagam as imagens mais intensas
guardadas no fundo dos olhos
Chama pequenina
Pequenina gana
Beatifica essas mãozinhas
Para que elas segurem minha alma.
entre
rio na parede
luz entretelhas
a poesia, de vida mambembe
faz a tradução:
sonzinho da chuva
cascata no quarto
a lua vem visitar.
um dia os ímpios dirão:
que bela vida!
um dia, talvez, a poesia terá vencido.
feito sentido.
(Liliane M. A. Silva)
pomar
no falar
no agir
no andar
ainda vá lá.
nem me falem em finuras
no comer
no amar
no viver
viver exige
jaca
goiaba
angu
torresmos
taioba
manga.
canapé serve para vernissage
rapadura para o dia a dia.
(Liliane M. A. Silva)
elipse
aquíferos
cinco graus
e tudo vai pelo ralo
a ralé ficará debaixo d'água
insetos serão os exércitos
metrópoles, desertos
catástrofe
fim
aguardado
sabido
sequer adiado
geleiras
aquíferos
cinco graus
elipse das primícias.
(Liliane M. A. Silva)
se aqui voltar
se vim foi pra dizer
que num tem palavra, não.
num teve linha que fizesse nó.
agulha tomou ferruge na caixola.
da mão, só restou aceno de adeus
ó sinhô,
ieu sei que foi prometido
e que cumbinado num é caro
mas o sinhô há di intendê
que só sabe de todas as linhas do amanhã
aquele que sabe também todas as de ontem.
ieu fiquei de contar
fiquei de pensar
fiquei de explicar
mas que vou fazer?
explicação não tem
pensar já parou
contar é demais.
eu vim foi para dizer
tem palavra não.
vou voltar lá
ficar só no viver.
o que posso prometer
é que se acaso um dia
aparecer letra que faça ponto
aqui voltar e palavrear
(Liliane M. A. Silva)
2 de mai. de 2009
25 de mar. de 2009
Profeta Marx
Karl Marx, O capital, 1867
24 de mar. de 2009
Parque Cocaia I paralisa a Av. Dona Belmira Marin
Homofobia na UFMG
Carta à Folha de São Paulo
14 de mar. de 2009
Parque Cocaia I
HISTÓRIA DA DESAPROPRIAÇÃO DA
COMUNIDADE PELO PROGRAMA MANANCIAIS
(texto produzido pelo CEDECA Interlagos)
· Desde o ano de 2008 os moradores do Parque Cocaia I, tem buscado informações junto ao Programa Mananciais e o Operação Defesa das Águas sobre os projetos de urbanização para a sua comunidade. Foram informados em reunião com o responsável pelo Programa Mananciais, em reunião no mês de Novembro, sobre a chegada do projeto de urbanização entre os meses de janeiro/março de 2009, e também sobre o processo de negociação com a comunidade de modo que nenhum morador fosse dali retirado sem uma alternativa digna de moradia, se possível e preferência na mesma região de convivência da família e instituições. Segundo ele tudo isto seria possível já que o Programa possui financiamento das três instâncias do poder público, e considerou em seu orçamento a questão da retirada de moradores, se necessário. É importante dizer que no projeto de urbanização constam 80 comunidades que, tal qual o Cocaia I sofrerão intervenções de urbanização; portanto, a tragédia desta comunidade não é a primeira e não será a última ação oficial de um governo que desconsidera alguns dos moradores da cidade de São Paulo como sujeitos de direito.
· O Programa, de fato, chegou na comunidade no mês de Janeiro de 2009, mas ao contrário do que foi dito, casas foram marcadas com números e letras incompreensíveis aos moradores; máquinas e tratores começaram a abrir ruas; funcionários da empresa de engenharia Santa Bárbara avisaram que os moradores seriam dali retirados por se encontrarem em área de risco e que a ÚNICA solução possível era eles aceitarem um cheque no valor de oito mil reais e acatarem o prazo de dez dias para irem embora. Este prazo se encerra neste sábado, dia 14 de março de 2009.
· Isto tudo é bastante coerente com as ações do Operação Defesa das Águas (projeto da Prefeitura de SP) que vem, há mais de um ano, despejando moradores da região da Capela do Socorro de suas casas, oferecendo como indenização cheques que vão de 5 a 8 mil reais, passagens para retorno à terra natal, bolsa aluguel de alguns meses, dispersão em alojamentos em que se misturam famílias e comunidades. Isto quando os moradores são simplesmente deixados em meio à rua, sem seus pertences (todos destruídos pelos tratores que derrubam as casas), sem dinheiro, sem destino que não outras periferias tão pobres e tão sem condições de habitabilidade quanto as primeiras.
· Esta comunidade, assim como outras da região, é atendida pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo e União de Movimentos de Moradia, através da Jornada de Moradia e Meio Ambiente de São Paulo. Ao participar da 2ª Jornada de Moradia de SP foi possível conhecer muitas outras comunidades em outras regiões de SP, em que a situação é a mesma, Moradores sendo coagidos a aceitar entre mil e duzentos a cinco mil reais de indenização por suas casas e deixados à própria sorte.
· Há nesta comunidade cerca de mil famílias e três mil pessoas. Centenas de crianças e adolescentes. Alguns moradores aqui se encontram há mais de 30 anos. Construíram não apenas suas casas (muitas de madeira, tapume) ás margens da represa Billings, mas também suas vidas. Não se recusam a sair, tendo em vista sentirem na própria pele as condições adversas em que vivem, em lugar tão impróprio à moradia digna. Entretanto, se recusam terminantemente a serem tratados como lixo indesejável, como seres humanos de menor categoria, de menor valia. Conscientes de seus direitos à Moradia Digna insistem em participar dos planos do Programa Mananciais para as suas vidas e não serem jogados no meio da rua. Rechaçam qualquer tentativa de reproduzirem lógicas ideológicas em que são desconsiderados em seu lugar de sujeitos da própria história.
· Daqui não sairão sem que tenham respeitados os seus direitos de Gente.
10 de mar. de 2009
28 de fev. de 2009
Binho Santos
(Binho Santos)
Existe a força.
Existe a necessidade.
Existe o medo que encoraja,
a coragem que arrefece.
(Tudo o que existe
avoluma-se no Nada)
E existe aquilo que nomeia,
o que mais a ação não pode:
água grossa e atual
nas letras do engano,
nas formas da fuga,
nas curvas das cruzes...
E existe o amor
e a dúvida...
E existe a dor
e a dádiva...
E existe aquilo que nomeia
o amor e a dúvida
e a dor e a dádiva...
A vida ... existe a vida,
aquilo que dá nome à vida:
o Fato, o Fado, o Fardo ... o Sonho...
30 de jan. de 2009
FSM - diretamente de Belem
Temos sido recebidos aqui de um modo tão carinhoso e familiar por todos que a vontade é de aprende a viver no CLIMA EQUATORIAL (leia-se calor inacreditável).
A passeata de abertura do Forum foi um Acontecimento, destes que marcam a vida da gente, que serão lembrados e contados a todos aqueles que nos oferecem uma oportunidade. Do sol escaldante até chegarmos à Escadinha (nas docas de Belem) nos vimos sob uma chuva torrencial logo no início da caminhada. Foi perfeito: refrescou o corpo e lavou a alma, ajudou a levar mais longe a alegria e a esperança da multidão que comemorava o encontro dos Homens de Boa Vontade, estes que não apenas desejam a Paz, mas se colocam a trabalho para dar materialidade a este sonho, quase impossível. Todas as cores, todas as gentes em um único convite àqueles que, de fora, observavam ressabiados os que traziam nos olhos e nas mãos dadas a fé, em um mundo diferente - e melhor.
Andantes, andores - do que deve ser universal: ser gente e ter seus direitos respeitados.
Belem já não é -do-Pará. É nossa também. De todos nós que aqui estamos, cidade linda e corajosa.
19 de jan. de 2009
Parnaíba a São Luís
O grupo tem uma nova integrante, a Roberta. Nossa companheira aqui do CEDECA Interlagos, ela está representando a ala feminina que não pôde viajar com os meninos.
14 de jan. de 2009
Piauí chegou!
8 de jan. de 2009
Itapipoca!
O Nordeste logo ali, atrás das coisas que os turistas conhecem e as manchetes contam, já começa a aparecer.
FSM em duas Rodas
Os preparativos da viagem já começaram para alguns. Outros, mais aventureiros já puseram os pés na estrada.
Dois amigos queridos fazem parte desta turma: o Daniel e o Cadu.
Eles saíram de São Paulo rumo a Fortaleza de ônibus e de lá já estão pedalando desde ontem, a caminho de Belém.
Isto mesmo!! As veredas nordestinas percorridas de bicicleta e mochila nas costas.
A idéia é audaciosa e encantadora.
E nós podemos, pelo menos, ter notícias das peripécias e meandros desta longa jornada. No Blog deles:
http://www.fsm2rodas.blogspot.com/
Um abraço aos meninos!!
Sigamos juntos!