Manoel de Barros é o santo.
São Paulo é a beira do rio,
Psicanálise, as varetas.
Estudar é tudo junto.
O ensino revela amores.
Viver é todo dia, querendo ou não.
Minas é o lugar,
A Família, a origem e o destino.
O amor, uma descoberta que não acaba.
Farofa é o prato principal de bom banquete.
Se tem calor, a alegria acaba.
Domir de meia. E daí se não é sexy?
Sexy é Big Brother. Vai querer? Tem certeza?
Chuva é um presente, sempre.
Passear de ônibus, de moto ou de livro.
Tudo faz lembrar: pode não ter mais e é bom se refestelar no agora.
Desconstruir sentidos, lê-se em Manoel e aprende-se não sei de que jeito.
Desfiar verdades em tear de projetos, não de todo.
Manoel, o santo de barros.
Eu, andor de nada.
(Liliane M. A. Silva)
22 de jan. de 2008
Céu com goteiras
O Céu tem goteiras.
São Pedro devia ter contratado meu vizinho.
Todo dia ele martela desde cedo.
Constrói sozinho uma casa que não é para ele.
Com sol ou chuva ele esteve por todo o verão a levantar paredes, carregar tijolos e servir de piada para uns implicantes que sem ter o que fazer o transformaram em atração de feriados.
Ele é do Norte e não se amofina. Por lá, diz ele, se resolve é de outro jeito: "já fiz foi de tudo, num tenho é sorte." No caso da casa, resolveu logo: colocou um pano na janela da construção que dava para rua: "isto aqui num é novela, mas nada! eles que vão rir de outro. Tão achando diversão? Eu não sou palhaço".
Cantarola também, que tanto cimento em tão poucos braços e pulmões não deve ser fácil; além de não ser engraçado. A música predileta (quando não brigou com a esposa) é: "quando será o dia da minha sorte? sei que antes da minha morte este dia chegará. Mas quando será?"
Vai saber, não é mesmo?
São Pedro devia ter contratado meu vizinho.
Todo dia ele martela desde cedo.
Constrói sozinho uma casa que não é para ele.
Com sol ou chuva ele esteve por todo o verão a levantar paredes, carregar tijolos e servir de piada para uns implicantes que sem ter o que fazer o transformaram em atração de feriados.
Ele é do Norte e não se amofina. Por lá, diz ele, se resolve é de outro jeito: "já fiz foi de tudo, num tenho é sorte." No caso da casa, resolveu logo: colocou um pano na janela da construção que dava para rua: "isto aqui num é novela, mas nada! eles que vão rir de outro. Tão achando diversão? Eu não sou palhaço".
Cantarola também, que tanto cimento em tão poucos braços e pulmões não deve ser fácil; além de não ser engraçado. A música predileta (quando não brigou com a esposa) é: "quando será o dia da minha sorte? sei que antes da minha morte este dia chegará. Mas quando será?"
Vai saber, não é mesmo?
(Liliane M. A. Silva)
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jardim quarando.
ali no céu um avião encontra a chuva esperando
a roupa no tanque não pode aguardar.
ali no céu um avião encontra a chuva esperando
a roupa no tanque não pode aguardar.
(Liliane M. A. Silva)
Mundo afora
por aí
por agora
como aqui?
abacate, kiwi
tenochtitlán, buda
vermute, sarapatéu.
quem vê a chuva cair?
quem esturrica ao sol?
quem embebeda de luz?
quem se perde no escuro?
por aí
por agora
areia nos olhos
vida na veia
por um triz:
quem pensa
quem não
quem foi
quem vai.
por um triz:
agora
por aí
como aqui.
(Liliane M. A. Silva)
por agora
como aqui?
abacate, kiwi
tenochtitlán, buda
vermute, sarapatéu.
quem vê a chuva cair?
quem esturrica ao sol?
quem embebeda de luz?
quem se perde no escuro?
por aí
por agora
areia nos olhos
vida na veia
por um triz:
quem pensa
quem não
quem foi
quem vai.
por um triz:
agora
por aí
como aqui.
(Liliane M. A. Silva)
12 de jan. de 2008
mudança
o quarto vazio por um tempo, mobiliado aos poucos, denunciava: eu não queria.
os pedaços de prédios, que por tanto tempo serviram de paisagem à janela, confirmavam: eu esperava.
o quarto vazio e a paisagem, agora desconhecida, contaram: parti.
a lembrança repleta e uma saudade, conhecida, confirmaram: mudei.
algo me avisará: cheguei.
(Liliane M. A. Silva)
os pedaços de prédios, que por tanto tempo serviram de paisagem à janela, confirmavam: eu esperava.
o quarto vazio e a paisagem, agora desconhecida, contaram: parti.
a lembrança repleta e uma saudade, conhecida, confirmaram: mudei.
algo me avisará: cheguei.
(Liliane M. A. Silva)
7 de jan. de 2008
Meu nome não é Johnny
Filme imperdível. Tanto quanto o Bope coloca em questão o modo como cada um tem se virado no Brasil que conhecemos.... mas não só isto ... principalmente, na Vida em que chegamos.
"o verdadeiro lugar de nascimento é onde lançamos o primeiro olhar inteligente sobre nós mesmos" .... não sei se a citação está rigorosamente literal, mas foi como ficou gravado em mim o texto da Marguerite Yourcenar utilizado no filme e, principalmente, as cenas em que João passa o Natal em casa.
Para quem me conhece sabe do meu amor ao Projeto de Extensão lá na Penitenciária de Ipaba, bem como na aposta que faço na Clínica como um ponto de recomeço, de partida. Se é para lugares nunca dante navegados ou se para outros já há muito desejados e (des) conhecidos, cada um descobrirá.
Este fim de semana assisti um filme do Woody Allen, Crimes e pecadinhos (algo assim). Saí enfastiada. Que saco aquele cara sem coragem para correr atrás do que o faça feliz e que fica ali naquele resmungo todo, se corroendo de inveja de quem deu a cara a tapa.
Ontem quando saí do cinema pensei: putz! É um Bravo.
Reconheci no filme tanta gente que tenho o prazer de ter encontrado e que vai para a vida assim mesmo, sem medo de ser feliz porque se nada está garantido, o fracasso também não.
Então que venha o sucesso. Para o filme, para o João Guilherme Estrella e para todos nós que tivermos a coragem de não (só) ficarmos debaixo da cama chorando.
PS: O João Guilherme Estrella tem um blog:
http://www.meunomenaoejohnnyfilme.com.br/blogjoao/
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