Ao ler um post da Ana [http://soturnalua.blogspot.com/] sobre o relaxamento gozoso da ministríssima fui tomada por uma questão: que impotência é esta que sentimos frente aos desmandos políticos. E não importa se estes são dos bushs, dos serras ou dos mal tse tungs. Lá, ao ler a Ana, eu pensei que podemos FALAR e fomentar o debate, fazer a conversa sobre estas coisas circular, tornar inadmissível que se façam de desentendidos. Reunir todas as informações possíveis, suscitar a indignação frente à miséria.
Resolvi falar. E aqui vim.
Mas tudo que produzia não era assimm...BOM. E resolvi pedir ajuda aos universitários ...Rs. Um tempo atrás eu descobri um site, o Espaço Acadêmico [http://www.espacoacademico.com.br/arquivo/aozai.htm]. São uns textos muito legais e pensei que a minha melhor contribuição para suscitar o tal debate era divulgar, por exemplo, o Antonio Ozaí da Silva.
Mas me dei conta de que postar apenas o texto do Antônio também seria ocupar o lugar de eu-não-sei-e-por-isto-deixo-alguém-que-sabe-falar-por-mim. E contra isto também é preciso lutar. Que todos tenham voz porque todos têm o que dizer e devem fazê-lo. Não dizer o que penso com minhas próprias palavras seria também confirmar ao saber científico, e àqueles doutores que o Antônio critica este pedestal de Verdade maior, é algo mais para re-pensar. Seria esquecer de Manoel de Barros que exige: toda palavra deve ser sustentada pela boca que a pronuncia.
Então voltei. Vim falar. Dizer que me preocupa o fato de as pessoas não creditarem a si mesmas autoridade para se manifestarem contra a corrupção. Dizer que é perigoso pensar que a única forma de se mobilizar em torno da transformação social é o ódio. Ontem, ao ler o site da ocupação da usp, vi lá uma carta aberta onde o ódio era convocado como a mola da indignação. Não penso que seja necessário atrelar uma coisa à outra.
É em torno deste sentimento que os neo-nazistas e os próprios nazistas se organizaram. O amor ao grupo pode se fortalecer em muito quando faz aliança com o ódio aos outros. E quanto a isto, qual movimento social pode dizer que escapou? Como é fácil se perder dos ideais mais virtuosos de harmonia social na batalha da revolução.
Em “Mal-estar na Civilização” (1930) e em “Reflexões para tempos de guerra e morte” (1915) Freud avisa que o conflito entre o sujeito e a sociedade é insolúvel. Que a pulsão de morte está também no laço social e que a guerra justifica a manifestação de uma barbaridade que já habita cada um. Mas se a pulsão de morte não se exaure nem por isto a violência precisa constituir a regra dos relacionamentos, há outras possibilidades de resolver os conflitos inerentes ao encontro entre os homens.
Vim dizer que este sentimento de impotência que se alastra precisa ser combatido. E que um recurso para fazê-lo pode ser o de acolher o que cada um tem a dizer.
Mas tudo que produzia não era assimm...BOM. E resolvi pedir ajuda aos universitários ...Rs. Um tempo atrás eu descobri um site, o Espaço Acadêmico [http://www.espacoacademico.com.br/arquivo/aozai.htm]. São uns textos muito legais e pensei que a minha melhor contribuição para suscitar o tal debate era divulgar, por exemplo, o Antonio Ozaí da Silva.
Mas me dei conta de que postar apenas o texto do Antônio também seria ocupar o lugar de eu-não-sei-e-por-isto-deixo-alguém-que-sabe-falar-por-mim. E contra isto também é preciso lutar. Que todos tenham voz porque todos têm o que dizer e devem fazê-lo. Não dizer o que penso com minhas próprias palavras seria também confirmar ao saber científico, e àqueles doutores que o Antônio critica este pedestal de Verdade maior, é algo mais para re-pensar. Seria esquecer de Manoel de Barros que exige: toda palavra deve ser sustentada pela boca que a pronuncia.
Então voltei. Vim falar. Dizer que me preocupa o fato de as pessoas não creditarem a si mesmas autoridade para se manifestarem contra a corrupção. Dizer que é perigoso pensar que a única forma de se mobilizar em torno da transformação social é o ódio. Ontem, ao ler o site da ocupação da usp, vi lá uma carta aberta onde o ódio era convocado como a mola da indignação. Não penso que seja necessário atrelar uma coisa à outra.
É em torno deste sentimento que os neo-nazistas e os próprios nazistas se organizaram. O amor ao grupo pode se fortalecer em muito quando faz aliança com o ódio aos outros. E quanto a isto, qual movimento social pode dizer que escapou? Como é fácil se perder dos ideais mais virtuosos de harmonia social na batalha da revolução.
Em “Mal-estar na Civilização” (1930) e em “Reflexões para tempos de guerra e morte” (1915) Freud avisa que o conflito entre o sujeito e a sociedade é insolúvel. Que a pulsão de morte está também no laço social e que a guerra justifica a manifestação de uma barbaridade que já habita cada um. Mas se a pulsão de morte não se exaure nem por isto a violência precisa constituir a regra dos relacionamentos, há outras possibilidades de resolver os conflitos inerentes ao encontro entre os homens.
Vim dizer que este sentimento de impotência que se alastra precisa ser combatido. E que um recurso para fazê-lo pode ser o de acolher o que cada um tem a dizer.
Um comentário:
Que legal!
Concordo que os conflitos não devem ser mediados pelo ódio.
Bom você estar postando mais textos próprios!
Um beijo.
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