28 de set. de 2006

hj


acordei bemol
tudo estava sustenido
sol fazia
só não fazia sentido
(Leminski)

26 de set. de 2006

Tatu

Rogerio Fernandes

para quê tanto disto?
por que tudo isso?
e se não sabe praquê,
ainda tem porquê?
e se acabar o por que........
sobra o quê?

21 de set. de 2006

Entre os dois? os dois.

Fodam-se as regras
de gramática e redação
Os acadêmicos não são deuses
pra decidir quem é bom ou não
Danem-se os verbos e suas regras de conjugação
Esses se acham padres
capazes de dar sermão
A literatura é cristo,
um santo que estende a mão
Um poço de sabedoria,
sem limite para o perdão
Pregadores são os que escrevem
relatando o seu tormento
e fingem não ser seu o sofrimento
A poesia é anjo
que chega e comunica
que ensina o amor novo
e apaga a chaga antiga
(Estrela Leminski)

http://www.olhares.com/galerias/asmaisvistas.php

Bem que me disseram.
Avisar? Tentaram.
É no tropeço em vão de céu
que o pouco parece nada,
que tudo se me vai.
Que o que fica,
não é.
Mas resta.


5 de set. de 2006









quis ser poeta
virei escriba







Bomberger's CIRQUE DU SOLEIL series

Manoel de Barros.
Aqui a palavra desencontra as fórmulas e as firulas:
O sentido normal das palavras não faz bem ao poema.
Há que se dar um gosto incasto aos termos
Haver com eles um relacionamento voluptuoso.
Talvez corrompê-los até a quimera.
Escurecer as relações entre os termos em vez de aclará-los.
Não existir mais rei nem regências.
Uma certa liberdade com a luxúria convém. (o guardado de águas - 63)
Passado o susto. Vem outro:
Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser que a revelou. (livro sobre nada - 67)
E quando nos apaixonamos e corremos a solicitar direito de posse, Manoel escorrega e avisa:
O poema é antes de tudo um inutensílio.
Hora de iniciar algum
Convém se vestir
r
oupa de trapo.
Há quem se jogue debaixo do carro
Nos primeiros instantes.
Fez bem uma janela aberta
Uma veia aberta.
Pra mim é uma coisa que serve de nada o poema
Enquanto vida houver.
Ninguém é pai de um poema
sem morrer (Arranjos
para assobio - 25)

Poesia não tem dono. Nem prumo. Num rumo. É inutensílio.
Mas tudo se esclarece logo. É que:
Minhocas arejam a terra; poetas, a linguagem. (livro de pré-coisas -59)
Simples assim.


3 de set. de 2006

Drácula de Bram Stoker - 1992

http://ecosdiversos.blogspot.com/

do singular ao universal.
fico com isto nos seus poemas.
um rodopio entre o que é meu
e o que é da Vida,
ora um ora outro.
e no meio de tudo
sempre eu.
às vezes não.
é por isto que gosto.